por Luca Venturini

 

Uma tecla a ser batida insistentemente nos departamentos de marketing de qualquer empresa é a de que o consumidor deve estar no cerne de cada estratégia adotada. O consumidor tem cada vez mais poder de barganha sobre as decisões tomadas pelas organizações, pois estas, para sobreviver e prosperar, dependem que eles escolham os seus produtos em detrimento das inúmeras opções oferecidas pelos concorrentes em um mercado competitivo e abarrotado de marcas, bens e serviços.

Já não vivemos mais no início do século XX, quando Henry Ford dizia que “todos podem ter um Ford T da cor que quiserem, desde que seja preto”. Naquela época, as fábricas podiam se dar ao luxo de negligenciar alguns anseios do público, afinal, com poucas alternativas disponíveis, o consumidor ficava refém do pouco que era oferecido. Era a mentalidade do “de dentro pra fora” (conhecida como Orientação para a Produção nos cursos de Administração), que hoje recebe a alcunha de “Outbound Marketing”.

O cenário atual não podia ser mais diferente. E uma das principais tendências de comportamento de compra do consumidor moderno é o consumo via aparelhos móveis, que podem ser smartphones ou tablets. A praticidade agregada é imensa, e os preços podem ser até menores em compras realizadas por lojas virtuais.

Previsões afirmam que América Latina atingirá 595 milhões de smartphones em 2050. Além disso, de acordo com a Internet Retailer, as vendas realizadas por celular em 2014 movimentaram 83,78 bilhões de dólares, e o número de e-commerces responsivos praticamente triplicou no mesmo ano. Todos esses números indicam que o Mobile está realmente na crista da onda.

Surge então o conceito do “m-commerce”, que é o comércio feito por meio de dispositivos móveis, algo que vai além do e-commerce. A partir de agora, lojas eletrônicas que não forem responsivas, isto é, que não se adequarem ao aparelho que está sendo usado para acessar o site, perderão pontos aos olhos do consumidor, que demanda experiências personalizadas ao invés de improvisadas.

Outro dado curioso é que o Brasil hoje em dia já abriga mais celulares do que pessoas, de acordo com Gabriel Alvares de Lima, sócio-diretor do enextgroup e professor da Business School São Paulo que escreveu para a revista da ESPM de janeiro de 2015. Mesmo assim, 25% dos varejistas não têm uma iniciativa sequer para aproveitar o comércio eletrônico, ou seja, ainda existe terreno a ser explorado.

No final das contas, o que falta a eles é coordenar melhor as ações relativas ao m-commerce, porque obviamente o momento do mobile já chegou, e quem não embarcar vai ter problemas para satisfazer o consumidor atual.

Referências:

Revista da ESPM, edição 96, janeiro/fevereiro 2015

http://www.ecommercebrasil.com.br/noticias/mobile-layouts-responsivos-quase-triplicaram-em-2014/