A rede social do pássaro azul, que completou 10 anos em março, acaba de passar por uma mudança histórica. Os emblemáticos 140 caracteres do Twitter foram flexibilizados, e agora não contabilizam mais links de fotos, vídeos e GIFs – que chegavam a consumir uma parte considerável dos parcos caracteres aos quais um tweet é limitado. A mudança promete ser benéfica tanto para novos usuários, quanto para veteranos. O primeiro grupo poderá se adaptar de fato ao limite de 140 caracteres sem nenhuma “surpresa” ao linkar uma mídia na postagem. Já os experientes terão maior liberdade para usar vídeos e imagens, o que aumenta a relevância dos posts.
Fórmula de sucesso
Antes do anúncio oficial, se especulava que o Twitter poderia promover alguma mudança mais radical como a extinção do limite de 140 caracteres. O que aconteceu de fato foi muito mais a adaptação de um modelo consagrado. Seria uma decisão no mínimo ousada (pra não dizer imprudente) abrir mão da fórmula que se mostrou tão exitosa ao longo dos anos e fez com que a rede social chegasse a 300 milhões de usuários mensais. Por mais que este número tenha crescido pouco em tempos recentes, a mudança foi sutil e busca o crescimento sem a perda da essência.
Há que se considerar o aumento exponencial da concorrência ao longo dos 10 anos de Twitter, e relativizar o baixo crescimento do microblog nos últimos anos. Facebook e YouTube se tornaram impérios. Snapchat foi uma verdadeira revolução.
Valor histórico
Uma década de história pode não parecer muito, mas pense bem em que estágio a tecnologia estava em 2006. Àquela altura, smartphone ainda era um sonho distante (WhatsApp mais ainda), o mundo vivia a era do SMS. O limite de 140 caracteres do recém-chegado Twitter era uma adaptação à realidade que prosperava, já que a mensagem de texto de celular permitia no máximo 160 toques.
A recente decisão de não mexer drasticamente no formato de 140 caracteres é também uma forma de valorizar a marca Twitter. Mais do que buscar o crescimento, é preciso ter em vista a preservação da marca. Sobretudo no competitivo cenário digital, em que a disputa por atenção não se limita a outras empresas do seu segmento, e passa também por uma infinidade de aplicativos.
Uma década de sucesso não é para qualquer um.
O Twitter, definitivamente, não é qualquer um.