Muitos economistas apontam o consumismo exagerado como um dos vilões do capitalismo. Segundo essa visão, é preciso que as pessoas sejam mais conscientes em suas escolhas de consumo. Diante dos severos problemas ambientais que a Terra enfrenta, não é difícil entender por que este pensamento ganha adeptos diariamente. Um conceito que se fortalece neste contexto é o Consumerismo. Quem se depara com o termo pela primeira vez pode pensar que a pessoa quis dizer consumismo. Longe disso. O consumerismo surge justamente diante da necessidade de buscar caminhos que promovam o consumo consciente.
A consciência como salvação
A definição de consumerismo é bastante abrangente, mas, em linhas gerais, esse conceito representa o consumo consciente. Ações dos mais diversos tipos buscam uma maior consciência no ato de consumir. O que elas têm em comum? A preocupação com os impactos ambientais e sociais causados pelo consumo. Isso vai desde a preocupação com o destino dos resíduos até o cuidado para não comprar produtos de marcas que desrespeitam direitos trabalhistas.
O ideal do consumidor consciente é uma resposta à crise que o capitalismo enfrenta. Ela se dá sobretudo em duas vertentes: a degradação do meio ambiente e a galopante desigualdade social. A situação limite que o planeta vive é resultado, em grande parte, do outro conceito que aparece no título deste artigo. Foi justamente o consumismo que acentuou os impactos ambientais e sociais do capitalismo e colocou sua continuidade em xeque.
O consumerismo se apresenta como alternativa para que o capitalismo siga existindo sem esgotar os recursos naturais da Terra.
Como o consumerismo se dá na prática
O consumo consciente pode aparecer de diferentes formas, em maior e menor grau.
- As pessoas devem se preocupar com os impactos de suas decisões de consumo, levando em consideração fatores como desenvolvimento social e preservação ambiental;
- Iniciativas de empresas que ofereçam soluções em prol do meio ambiente. Um bom exemplo é o Uber, que inibe o uso do carro próprio (transporte individual motorizado) e sugere, ainda, o serviço de carro compartilhado;
- Leis que promovam ações mais sustentáveis, tanto no âmbito individual, quanto empresarial. Incentivo à reciclagem e ao uso de luz solar são dois bons exemplos;
- Os governos também podem contribuir com punições severas a empresas que desrespeitam direitos trabalhistas. Isso faz com que as companhias tratem melhor seus colaboradores e inibe o aparecimento de outras empresas que veem os direitos trabalhistas com descaso;
A importância de uma ação coordenada
Uma das bandeiras do consumerismo é a necessidade de uma ação coordenada para que o resultado seja real. Não basta que as pessoas busquem o consumo consciente se empresas e governos seguirem trabalhando no modelo tradicional. A iniciativa individual tem grande valor, mas é preciso que os “peixes grandes” nadem no mesmo sentido.
Quer um exemplo?
Imagine que as pessoas queiram consumir produtos ecoamigáveis, mas o governo não dê qualquer incentivo para empresas que adotam práticas sustentáveis. A tendência é que o preço elevado afaste muitos consumidores que gostariam de comprar aqueles produtos. Por outro lado, se o governo adotar leis mais rígidas sobre impacto ambiental, naturalmente mais empresas vão rever suas linhas de produção. Por conta disso, uma ação coordenada é fundamental para o êxito do consumerismo.