O ano que está se encerrando nos ensinou algumas lições valiosas sobre marketing digital.

Como acontece em qualquer área, ao longo do ano as empresas cometeram erros e acertos no que diz respeito à comunicação online. E eles acabam norteando as decisões que serão tomadas no ano seguinte pelas empresas atentas aos movimentos do mercado, formando tendências.

Confira três dessas lições:

 

1. Marketing digital não deve ser visto como uma vertente separada do marketing tradicional

O presidente da Pepsico Brad Jakeman causou certo alvoroço na Masters of Marketing, uma conferência anual de especialistas de marketing que aconteceu em Orlando, nos Estados Unidos.

Dentre uma série de afirmações polêmicas, Jakeman declarou que “não existe marketing digital; o que existe é o marketing, e a maior parte dele acaba sendo digital hoje em dia”.

No final das contas, ele quis dizer que devemos encarar o universo online com um meio e não como um fim em marketing – como tem sido feito por muitas agências focadas no digital.

Outra autoridade no assunto tem uma opinião convergente: Philip Kotler, um dos grandes gurus do marketing tradicional, defende que a partir de agora os orçamentos de comunicação das empresas serão divididos ao meio entre o online e o offline, de modo que esse não deixará de existir e ainda terá sua importância.

Ainda assim, Kotler salienta que vivemos, de fato, na era digital.

 

2. Anúncios pagos perdem espaço no meio digital

Com a aderência da Apple ao crescente movimento de ad-blocking, os anunciantes ligaram sinal de alerta. Em 2015, testemunhamos o crescimento de 48% no uso de softwares que bloqueiam anúncios nos Estados Unidos.

O consumidor naturalmente se desvencilha da propaganda “intrusa”, que é o principal alvo desses softwares. Assim, a tendência fortalece ainda mais os anúncios orgânicos.

Cabe às marcas e agências apostarem cada vez mais em conteúdo interessante, engajamento e diálogo com as comunidades digitais, relacionamento com os influenciadores e outras formas de chamar a atenção do potencial consumidor sem que ele precise ser interrompido por um anúncio na tela do computador ou do celular.

 

3. Os famosos millenials não existem da forma como imaginamos

A agência americana de compra e venda de mídia Carat realizou uma pesquisa que desmentiu a eficácia de tratar os famosos millenials – indivíduos de 15 a 34 anos, que, por terem crescidos já imersos na cultura da internet, apresentam traços comportamentais semelhantes – como um nicho coeso.

De acordo com o levantamento, que abordou mais 14.000 indivíduos, tratar esse grupo de pessoas como um segmento de mercado homogêneo é uma falácia, tendo em vista que apenas uma fatia 40% se enquadra no perfil de “pessoas hiperconectadas”.

Em um outro estudo, a agência Hotwire PR verificou que fatores demográficos, como os que embasam o conceito dos millenials, serão sobrepujados por fatores como paixões e hábitos na formação de nichos de mercado.

A lição que fica é que precisamos tomar cuidado com os critérios que escolhemos ao definir um nicho, e também com as pesquisas feitas para descobri-lo.