A febre do Pokémon GO atingiu em cheio os brasileiros. O game de realidade aumentada é um fenômeno de popularidade, pessoas de diferentes faixas etárias entraram na brincadeira de capturar as criaturas espalhadas pelo mapa. A diversão em caçar pokémons e se locomover pela cidade é uma espécie de “mini revolução social”, que muda os hábitos de grande parte das pessoas (ao menos até elas enjoarem do jogo). Mas é interessante observar que o mérito de Pokémon GO não para por aí: o game oferece um conteúdo de respeito para seus usuários.
Você conhece sua cidade?
As grandes cidades – ou mesmo aquelas de médio porte – costumam ter pontos que nem mesmo seus habitantes conhecem. Uma metrópole como São Paulo, por exemplo, tem uma série de riquezas culturais que acabam passando despercebidas pela maioria das pessoas. Pokémon GO, por mais surpreendente que possa parecer, vai além da captura dos monstrinhos. O game incentiva os jogadores a capturarem suas próprias cidades.
O próprio funcionamento de Pokémon GO “obriga” os jogadores a explorarem a cidade. Para avançar, é preciso se mover bastante pelo mapa em busca de novas criaturas. Até aí, um conceito muito interessante, mas nada de conteúdo.
A grande sacada que torna tudo ainda mais envolvente é o chamado pokéstop. Trata-se de um ponto no mapa em que os jogadores podem recuperar alguns itens fundamentais quando passam por ele. Os pokéstops alimentam os usuários e os mantêm motivados a seguir na busca por novos pokémons. Estes pontos estratégicos do mapa poderiam não ter nada além de itens, mas a Niantic – empresa responsável pelo jogo – uniu o útil ao agradável: cada pokéstop foi cuidadosamente posicionado para destacar algo da cidade. Igrejas, escolas, museus, obras de arte, pontos turísticos… Os pokéstops apresentam centenas de pontos ao redor do mapa. Mais do que simplesmente mostrar referências de cada cidade, o game traz uma breve descrição em alguns deles para que as pessoas possam saber mais sobre o lugar em que vivem. Isso é puro conteúdo.
Exploração que rende frutos
Já está claro que Pokémon GO funciona também como uma plataforma de conteúdo, ao oferecer um mapa virtual da cidade com destaque para inúmeros pontos que nem todo mundo conhece.
Outro lado positivo desse sistema é a exploração crescente. O jogador começa sua jornada nos arredores da sua casa, percorre as ruas em volta em busca de itens e pokémons, e a partir daí vai ampliando seu raio de ação. Passa a conhecer melhor seu bairro e, na evolução natural do jogo, tem de explorar os bairros adjacentes. A consequência disso é que pessoas de diferentes idades passam a conhecer a sua cidade e se sentir parte dela.
A febre de Pokémon GO pode ser passageira, sobretudo por nossa sociedade ultraconectada em que a maior parte das coisas tende a durar pouco. Mas o mérito do game já está mais do que sedimentado, com sua jogabilidade revolucionária e o incentivo à exploração do espaço público. O rico conteúdo disponibilizado na forma de pokéstops é mais um presente que Pikachu e companhia deixam para a gente.