por Luca Venturini
Em tempos de guerra, qualquer buraco é trincheira.
E em tempos de crise?
Durante a recessão econômica, as empresas se reviram para responder à seguinte pergunta: “Tenho que reduzir custos. Mas qual custo eu reduzo?”.
Normalmente, a primeira ideia é cortar os excessos. Gastos com treinamentos de colaboradores, benefícios extras e investimento em comunicação. Às vezes, rola até uma demissão coletiva.
São os supostos gastos desnecessários.
O grande problema é o critério empregado para separar necessário e supérfluo.
Você já ouviu aquela história do executivo de marketing? Ele diz: “eu sei que metade do meu orçamento em marketing está sendo desperdiçado. Só não sei qual metade que é”.
A piada ilustra o fato de no marketing tradicional você até conseguir estimar por meio de quais ações promocionais os seus clientes estão chegando, mas não dá para ter clareza total.
Já no marketing digital, você consegue medir precisamente de onde eles vêm.
Digital é presente e futuro
Philip Kotler – consagrado autor do livro “Administração de Marketing”, uma espécie de bíblia do marketing – afirmou para a revista EXAME que, como estamos na era digital, ele iria se dedicar à mídia digital se estivesse começando hoje.
Quando perguntado se ele acredita que no futuro toda a comunicação entre marcas e mercado se resumirá ao digital, Kotler respondeu que “os orçamentos destinados à comunicação serão divididos ao meio entre a mídia digital e a tradicional. As duas podem ser perfeitamente combinadas. A mídia tradicional deve ser usada para que todos conheçam sua marca ou produto e a digital para que haja um engajamento individual.”
Mas as marcas estão muito longe de destinar metade de sua verba de marketing ao digital.
E aqui vale lembrar uma coisa que é muito importante para as empresas que estão sofrendo com a crise: publicidade digital é mais barata.
De repente, está aí a resposta para a pergunta do título.
Equilibrar, ou pelos menos transferir parte dos investimentos em mídia tradicional para digital, pode trazer uma série de benefícios às empresas.
Só os mais adaptados sobrevivem à crise.