Luca Venturini
As novas tecnologias sempre chegam para mudar paradigmas e comportamentos humanos, nas mais diversas áreas. Grosso modo, tecnologia é qualquer dispositivo, tangível ou não, que nos auxilia a executar tarefas do cotidiano, as quais podem ser andar, comer, enxergar, lavar a louça, dar nó na gravata, e até comprar. Isso mesmo, comprar.
Sendo assim, o consumidor está sempre disposto a adotar a prática que mais facilite o processo de compra, e é essa onda que o comércio eletrônico tem surfado. Afinal, para que se dar ao trabalho de pegar o carro, gastar combustível, fica parado no trânsito caótico, procurar vaga para estacionar, entrar na loja, se irritar com um atendente, pegar fila pra pagar, e voltar pra casa, se todo esse transtorno típico da vida urbana moderna pode ser evitado pesquisando e comprando seus produtos desejados pelo computador, sentado no conforto de casa?
É por isso que o comércio eletrônico demonstra números muito expressivos de crescimento: o varejo online brasileiro se expandiu 24% em 2014, movimentando 35,8 bilhões de reais. Além disso, a previsão é que esse setor fature 43 bilhões de reais neste ano, com crescimento de 20%, mesmo com a fragilidade econômica que atrapalha o país atualmente.
Imersos na realidade onde impera a cada vez mais famosa “internet das coisas”, que nada mais é do que a fusão do mundo online com o mundo offline, nós temos dificuldade em enxergar as fronteiras entre o que é virtual e o que é real.
Nesse cenário surge o consumidor multicanal, aquele indivíduo que pesquisa a fundo em fóruns e redes sociais sobre o produto que quer adquirir e que chega à loja já sabendo exatamente o que e como comprar; mas que também pode fazer o caminho inverso, de pesquisar pelo produto em lojas concorrentes que ficam no mesmo shopping center e, após concluir qual é a melhor opção, volta pra casa e realiza a compra em um deles pelo computador.
De acordo com uma pesquisa elaborada pela Forrester Research em junho de 2014, metade dos consumidores utilizam canais variados para realizar suas compras; e mais de 48% compram por smartphones. E os números não param por aí: o Brasil conta com 62 milhões de pessoas que já fizeram pelo menos uma compra pela internet, conforme dados compilados pela E-bit.
Com todas essas estatísticas, dá pra ter uma dimensão dessa tendência de consumo multicanal e da importância em aliar as lojas físicas a uma estratégia de varejo online. O marketing caminha na direção para onde vai o consumidor, que é o jogador mais importante desse jogo, aquele cujas necessidades devem ser atendidas.
Referências:
Revista da ESPM, edição 96, janeiro/fevereiro de 2015