E chegamos a um mês de Pokémon GO no Brasil. Aos poucos, a febre em torno do game vai diminuindo. De certa forma é positiva a tendência, afinal agora as pessoas voltam a viver além de uma tela de 5 polegadas. Claro que há um exagero na frase, mas devemos reconhecer o impacto que Pokémon GO teve nas duas primeiras semanas após seu lançamento. O ponto que deve ser discutido é a razão para a súbita perda de interesse pelo game. Fato é que ela passa pela necessidade de se reinventar constantemente: nem mesmo uma marca tão forte como Pokémon escapa a essa realidade. Todas as outras marcas devem se atentar para este exemplo para redobrarem suas atenções à necessidade de atualização para que seus clientes não percam interesse com o passar do tempo.

A sociedade hiperconectada implica na constante busca por novidades – nem mesmo Pikachu e companhia estão a salvo dessa realidade. Mas é possível dizer que Pokémon GO pecou pela falta de atualizações que realmente fizessem a diferença na experiência de jogo. Um mês após seu lançamento Há duas novidades que podem ser bem significativas, mas nenhuma delas tem data definida para chegar.

Quando os problemas aparecem

Pokémon GO começou como um conto de fadas. Pessoas de diferentes perfis e gerações tiveram curiosidade de experimentar a tal realidade aumentada e se divertiram ao capturar monstrinhos. A empolgação inicial era mais do que compreensível, tendo em vista que o jogo aliava um conceito revolucionário a uma marca muito forte. Mas à medida que se passam dias e semanas, a empolgação dá lugar à inquietação de quem já não consegue ter aquele grau elevado de diversão conforme Zubats reaparecem a cada 30 segundos.

Visitar Pokéstops de repente passou a ser uma tarefa repetitiva, capturar ginásios parece mais legal quando você ainda não está no tal “perde e ganha” – conquista o ginásio e perde pouco tempo depois. Isso fez com que as pessoas atentassem também para pequenos problemas que comprometem a experiência. O excesso de Zubats e outros pokémons fracos é o primeiro deles. Outra questão que incomoda é o travamento do GPS, que faz seu personagem não acompanhar exatamente sua trajetória na rua (este ponto também atrapalha para chocar os ovos).

Renovar é preciso

A Niantic, empresa responsável por Pokémon GO, sinaliza que fará duas atualizações bastante significativas para a experiência dos jogadores. A primeira delas é a introdução de trocas de Pokémon entre as pessoas, o que pode elevar o tão elogiado caráter social do game e fazer com que mais gente consiga criaturas que ainda não capturou. Outra novidade anunciada é a batalha entre treinadores, que até o momento acontecem apenas nos ginásios e não tem propriamente uma interação entre as pessoas.

O ponto é que as duas atualizações não têm data de lançamento e muito possivelmente ficarão para 2017. É de se esperar que milhares de jogadores deixem o game esquecido por uns meses e retomem (ou não) a empolgação quando as novidades chegarem. Fazer uma previsão seria imprudente, já que Pokémon GO gerou um impacto sem precedentes e teve um “boom” inicial muito forte.

Aprendizado para as marcas

O sucesso inicial de Pokémon GO foi mesmo impressionante, por isso muitos imaginavam que a queda de popularidade pudesse levar mais tempo. Passado um mês do lançamento, os jogadores pedem por mudanças e já não se contentam com o que era extremamente divertido nos primeiros dias.

Marcas que produzem conteúdo ou que pensam em adotar esta estratégia devem aprender com o exemplo de Pokémon GO. Até mesmo a ideia mais genial e com aceitação absoluta do público tem os dias contados se não passar por um processo de renovação. De nada adianta buscar a chamada “fórmula do sucesso” se não houver um trabalho constante de atualização e adequação à vontade do público.

Pokémon GO trouxe a ideia genial e entregou um produto fabuloso, mas ainda carece de atualizações substanciais para manter as pessoas cativadas por mais tempo. Se isso já é um desafio e tanto para um fenômeno do entretenimento, que dirá para marcas que buscam entregar o melhor conteúdo para seu público-alvo.

Três verbos que devem ficar na cabeça de quem cria conteúdo: renovar, atualizar e reinventar.